Quatro
corpos e uma consciência no gramado fofo do Parque Nacional.
Oito
olhos e uma consciência na neblina opaca de uma noite.
Oito
mãos que tremem e se enregelam,
que
se buscam mutuamente
na
solidão que tem regido os quatro corpos
desde
que a luz lhes brilhou.
Quatro
corpos e uma consciência e só um par de olhos alagados
no
iceberg do anoitecer.
Ninguém
é mudo, ninguém sofre...
Só a
consciência busca no passado uma ponta de mágoa
com
aquela água salgada e amarga
que
faz o olhar brilhar.
Quatro
corpos na noite medieval banhando-se de luar
fartando-se
de paz.
Nasce
um amor... outro morre;
os
dentes brilham na reencarnação.
O
sol nasce dentro dos corpos
e as
oito sombras unem-se numa só.
Um
ódio guardado, bons tempos lembrados
e
talvez um ciúme nascendo e crescendo,
virando
gigante.
Mãos
se buscam e se entrelaçam num completo dilúvio de amor,
sonhos
nos sonhos, sorrisos manchados de lua.
Tudo
vem... Tudo é real.
Até
a lágrima que rola isolada e tranqüila
e se
afoga no lago do Parque Nacional.
Que
água escura, meu Deus !!!
A
distância isola a consciência; isola as consciências
e forma-se um mundo novo para se viver aos
domingos.
Que
dure este mundo maravilhoso de serpentes amarelas
de
estátuas e natureza.
Corpos
se encontram e dão luz ao amor
forte
e risonho.
Olhos
se miram e deste vendaval de cores
nasce
a fraternidade.
E
nestas mãos que se encontram,
nestas
bocas que se calam
está
o intenso vigor do século XX.
Existe
um ponto de paz no Universo
para
se viver aos domingos.
No
centro da terra,
as
margens do lago,
Existe
um Éden para as sombras
que
se agarram, se abraçam e sorriem,
cantam,
ouvem e se recordam.
Não
importa a idade,
o
nome não importa,
que
importância tem a cor ?
Braços
jovens na louca vontade de vencer,
sangue
quente,
Voz
rouca,
idéias
loucas,
loucos
ideais...
Amém.
Explicação: Este texto/poesia foi escrito quando eu tinha 19 anos. Reproduz os meus pensamentos naquela época. Foi feito durante um passeio na Quinta da Boa Vista que eu fiz com mais 3 amigos após uma desilusão. Hoje, em 2019, eu percebo o quanto éramos solidários, o quanto havia de esperança nos nossos corações. Ficamos o dia inteiro e uma parte da noite, fugindo da realidade, brincando, namorando, cantando e farreando. Foi muito bom. A consciência era a minha que sofria mas que queria se libertar a todo custo da dor da desilusão. O que os outros pensavam eu não sabia, mas suponho que a única coisa que eles queriam era que eu saísse da "fossa", como falávamos naquele tempo.
Explicação: Este texto/poesia foi escrito quando eu tinha 19 anos. Reproduz os meus pensamentos naquela época. Foi feito durante um passeio na Quinta da Boa Vista que eu fiz com mais 3 amigos após uma desilusão. Hoje, em 2019, eu percebo o quanto éramos solidários, o quanto havia de esperança nos nossos corações. Ficamos o dia inteiro e uma parte da noite, fugindo da realidade, brincando, namorando, cantando e farreando. Foi muito bom. A consciência era a minha que sofria mas que queria se libertar a todo custo da dor da desilusão. O que os outros pensavam eu não sabia, mas suponho que a única coisa que eles queriam era que eu saísse da "fossa", como falávamos naquele tempo.
Que saudades do Auzenito, Auzenite e ????? não lembro o nome do outro menino !
31.05.1971
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