sexta-feira, 16 de agosto de 2013

REVELAÇÕES

                                                         


            Como sou católica praticante,  muitas vezes me fazem perguntas sobre a
 Eucaristia.
          Por que razão, me indagam, o pão que Jesus partiu na Ultima Ceia, acabou se transformando naquele "biscoitinho branco", e o vinho que  Êle distribuiu  entre  seus discípulos que eram doze, virou bebida de uma só pessoa, ou melhor dizendo, do padre
 no altar  durante a celebração da missa ? Por que motivo, nós católicos, acreditamos 
que ali,  naquela pequena "rodinha" branca, estão o Corpo e o Sangue de Cristo Jesus ?
          Nunca fiquei me questionando sobre isso. Creio e pronto. Confio na Igreja e em sua
doutrina, não há porque duvidar.
          Hoje, parece que uma luz brilhou no meu cérebro.
                                                      

                                             



          Sei que a transformação do pão em Hóstia  aconteceu  lentamente  com o passar do tempo como consequência de diversas fatos.  O  mais forte talvez tenha sido as persegui- ções que os cristãos sofreram no início de sua organização. Imagino que neste período te- nha sido difícil até transportar o pão que serviria para lembrar o Sacrifício de Cristo.Creio
até que fosse perigoso usar o pão pois tudo era motivo para incriminar  alguém  por causa
da Igreja que estava começando. Nesses tempos, era crime ser cristão, assim, todo ritual de partilha e de encontros entre os primeiros cristãos precisou ser modificado. Simplifi-
cado.
         A Bíblia relata que Jesus, antes de dividir o pão, o abençoou, isto é, o sacramentou.
Antes de partilhar o vinho, fez a mesma coisa.
          Não os deu a qualquer um  ali   presente  para  que  os abençoasse, antes o fez, Êle
mesmo, como se para mostrar que era necessário ter autoridade para tal ato.
          Esta autoridade Êle deu aos apóstolos quando  permitiu a eles  batizar, abençoar, ligar, desligar.
          Vejam bem, Jesus não foi à rua, pegou qualquer um, nem  sequer escolheu entre as  milhares de pessoas que O seguiam. Antes, preparou doze apóstolos, escolhidos, 
vocacionados para exercerem esta sublime missão. Dos apóstolos é que vem o sacerdócio
 e com isso os sacerdotes herdaram a autoridade de Jesus para sacramentar.
                                                 

          Jesus comparou seu corpo ao pão e seu sangue ao vinho. Não porque essas substân-
cias tivessem algo de sobrenatural, mas porque eram os alimentos que se utilizava naque-
la ocasião, por tradição do povo judeu. O pão e o vinho eram alimentos materiais e   até
hoje continuam sendo. O  que  introduziu nelas a força e o poder, foi a benção de Cristo.
Foi  necessário  que  o  amor  de Jesus miraculasse naqueles dois alimentos,  para que eles se tornassem alimento para a alma.
           Era perfeitamente natural naquela ocasião, haver pão e vinho nas mesas. O que Jesus abençoou foi a união de seu povo, foi a sede da Sua Presença Santificante. 
Jesus quis e quer  seus  escolhidos  reunidos  ao  Seu redor, alimentando-se da Sua Graça e da presença do outro.
          Jesus  quer  hoje,  que  o  Poder Renovador do Seu Amor, ligado ao nosso amor por Ele Deus, e Ele no irmão, transmutem a matéria na Presença Viva dEle próprio. E esta Presença Viva do nosso Redentor, transforma nossos corações.


                                           



          A Hóstia, sacramentada pelo sacerdote e partilhada pela Assembléia Cristã, une o
povo de Cristo num só Ideal Divino. Só nosso amor e o Amor de Deus por nós é que tem a
capacidade de transformar as matérias inertes pão e vinho, na matéria Viva e Santificante
de Cristo. Quando recebemos o Corpo de Cristo presente na Hóstia Consagrada, subenten-
de-se que o corpo contém o sangue, daí ao comungarmos a hóstia, recebemos também o Sangue de Jesus e podemos nos abster do vinho. Ao receber  o Corpo  Divino, também recebemos o Sangue Precioso derramado por nós.

                                                

          Hóstia pão... Pão Hóstia... O que importa é o alimento espiritual, é a comum união
do povo escolhido. O que importa é o ideal  de  santidade que envolve o cristão ao parti-
lhar tão sublime alimento.
          Cristo quis que valorizássemos o  Seu  Sacrifício por amor, e por este sacrifício nos uníssemos em Sua Mesa para saborearmos este Banquete Celestial.


                                               

                                            


               "Ao redor desta mesa Senhor, nós somos a família reunida. "

                     06.05.98

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O trem da volta.