terça-feira, 13 de agosto de 2013

OBRA PRIMA












Nem as espessas cortinas de um azul marinho,     
Conseguem afastar a luz do quarto do anjinho,
Que a ressonar tranqüilo permanece imóvel,
A enfeitar de inocência, seu branco bercinho.







O vento maroto num sopro mais ousado,
Ergue a cortina e invade o quarto a cantar,
O sol de verão entra em silêncio, o invejoso
E o pezinho fofo e delicado vem beijar.








Róseos lençóis afagam a criança,                                     Que em sonhos sorri, e geme e balbucia.                 O travesseiro acolhe seus dourados cachos,               Que dançam à brisa leve, envoltos em magia.








O dia que amanhece debruça na janela
E afaga com ternura a face tão singela.
Movem-se os olhos, dedinhos, pés e boca,
Não  há no mundo imagem assim tão bela.







E eis que a vida explode no riso inocente,
Nos gestos inquietos, no profundo azul do olhar,
E viva o sol, a brisa e viva o dia.
Viva a criança em seu suave despertar.





           03.03.2003


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O trem da volta.