Nem as
espessas cortinas de um azul marinho,
Conseguem
afastar a luz do quarto do anjinho,
Que a
ressonar tranqüilo permanece imóvel,
A
enfeitar de inocência, seu branco bercinho.
O vento maroto num sopro mais ousado,
Ergue a
cortina e invade o quarto a cantar,
O sol de
verão entra em silêncio, o invejoso
E o
pezinho fofo e delicado vem beijar.
Róseos
lençóis afagam a criança, Que em
sonhos sorri, e geme e balbucia. O
travesseiro acolhe seus dourados cachos, Que
dançam à brisa leve, envoltos em magia.
O dia que
amanhece debruça na janela
E afaga
com ternura a face tão singela.
Movem-se
os olhos, dedinhos, pés e boca,
Não há no mundo imagem assim tão bela.
E eis que
a vida explode no riso inocente,
Nos
gestos inquietos, no profundo azul do olhar,
E viva o
sol, a brisa e viva o dia.
Viva a
criança em seu suave despertar.
03.03.2003
Nenhum comentário:
Postar um comentário