quinta-feira, 30 de abril de 2015

Aos mortos vivos.



Não basta a brisa mansa assoviar suave,
Cantando melodias aos ouvidos;
Claro não basta o aconchego deste encanto,
Para quem tem os sentidos adormecidos.


Não é suficiente a alegria alheia,
A natureza linda, a humanidade em festa,
Para quem tem o olhar dos desenganos,
E a personalidade  negra e funesta.


De que adianta o sol brilhar tão lindo ?
De nada importa, o que é belo existir
Para quem vive mergulhado na maldade
E que esqueceu até a forma de sorrir.



De pouco vale o mundo de alegrias
E este céu de um azul intenso e terno,
Se a alma fria, que não ri nem canta,
Mergulha as outras no seu próprio inferno.



Os sentimentos e prazeres são inúteis,
Inúteis são os que estão sempre ativos,
Pois não pode haver prazer nem sentimentos
Para aqueles que se encontram mortos vivos.




A gente, que sente, fica imaginando,
Na esperança de um dia acertar:
Aquele insensível parece que está morto
No entanto esqueceu de se deitar !



Tendo olhos não vê, tendo boca não fala,
Seus ouvidos só ouvem o que ele quer ouvir.
Talvez não tenha esquecido. Sinto até pena:
O morto vivo não sabe é sorrir.






                   18/01/1981

Fofoqueira










Lingua ferina que vive a sair da boca             

Para falar de todos feito louca,
E que adora fofocar.
Nunca vi pessoa tão exagerada,
Tão mentirosa, falsa e racalcada,
Sempre sempre  falar.
Quem, no mundo, presta para ela ?
Só suas filhas são boas, castas, belas !
Língua danada, batendo todo o dia,
Fala dos primos, noras e das tias
Sempre a matraquear...
A língua vai sempre mais e mais falando
E suas mãos estão sempre aprontando,
Fazendo um monte de besteira.
Na sua mão, devia dar um jeito,
E também uma forte  dor no peito,
E na língua uma boa bicheira !!!











Ai, que raiva dessa fofoqueira !!!







          11/08/1981

Pesadelo II



Sai labaredas da boca da estátua
erguida no centro da Terra.                  
O mar começa a ferver,
e a escuma vermelha no dorso das ondas
baila ao som da marcha nupcial.
A noiva caminha impassível
e aos pés da estátua se senta,
levanta o vestido que por ironia
é chita amarela
e dos vergões vermelhos escorrem lágrimas 
quentes e rubras.
A noiva abre os braços de cadáver
e sua carne cai aos poucos
apodrecendo a Zona Sul.
Aquela carne necrosada eu vi
na perna de um nordestino
que caiu do andaime
e perdeu a causa no Ministério do trabalho.
Vi na cabeça da criança, a mesma ferida.
Aquela criança que pedia esmola
na Central do Brasil.
Tem milhares de anos o monstro que assola;  
fruto da ganância dos homens.
Nasceu da jogadas na Bolsa,
das “barbadas” nas corridas.
A  noiva é assim formada:
sua cabeça é uma bomba relógio,
seus ombros um avião sequestrado,
seu pescoço uma estátua sem glória.
Seus braços são dois fuzis,
seus seios duas granadas,                           
sua cintura um tanque de guerra.
Seu hálito é a poluição total,
seu olhar o raio laser,
sua voz a destruição
da nossa Sodoma,
Sem Deus que a salve.






26/07/1971.

Apocalipse



Cala a fala vento uivante que é hora de chorar,
nesta neve e branca e macia,
fria como a solidão que sinto.
Cessa vento este lamento imenso
porque este alarido, este ruído
não para, e eu estou sozinha.
Neste silêncio,
a calmaria grave do Nordeste,
e esta escuridão maldita, agreste.
escuridão sem fim em rostos conhecidos,
 Um frio solene de braços e abraços,
na caminhada êrma.







O desfile cerebral de nomes tão distantes,
faz lembrar o passado nos instantes
e o passado já vivido, pesa os ombros.
São sós os seres... sem sentir são sós.
São mortos vivos que caminham
sem ver final,
sem alegria,
sem moral...






               31/07/1971.



                                    

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Sossega, Solemar... amor não mata.



Eu estava sentindo um amor gostoso que só vendo,
e vendo eu vi que a ilusão é mentira
e acordei sonhando.

Tudo foi uma gostosa experiência
que me deu mais experiência da experiência.

Sossega, Solemar... amor não mata !






Quem diria que beijos seriam tão gostosos,
tão lambuzados num sabor de "quero mais".
Mas infelizmente não houve mais "mais",
e sem mais "mais" eu fiquei tão mais frustrada .
Muito mais !!!


Pensei: " Faça amor, não faça a guerra."
e uma guerra explodindo em mim
mais parecia festa de São João.
Mas era guerra sim ! Guerra de verdade.
Quem não notou uma tímida lágrima rolar-me no rosto
e morrer-me nos lábios com sabor de mar.

Sossega, Solemar... amor não mata.



Tem gente que chora, gente que gargalha,
mas eu, presa no ventre da vida,
fico assim, prisioneira de mim,
apática, fitando o futuro meio de "banda"
louca p'ra enlouquecer, morrendo p'ra viver,
vivendo p'rá  morrer.
Vou terminar aprisionada nestes sentimentos.

Até o vento canta:

Sossega, Solemar... amor não mata.



Onde quer que eu esteja
é sempre na espera.
Nada é meu, nem meu próprio corpo
que luto por conservar
no ódio de mim mesma.
Tenho preguiça de viver
porque não me realizo.





Eu estava sentindo um amor gostoso que só vendo
e quando vi que eu era a última romântica
era tarde:
lá estava o amor, em cima do meu coração
já totalmente instalado.
Vi a verdade da frase
__ "Amor é bicho instruído."





Só vendo, e eu vi. É terrível ser um círculo,
querer ouvir e sentir que o mundo é mudo,
querer falar e sentir que o mundo é surdo.
Esperar em vão,
ficar na mão...
É horrível, meu Deus !
É degradante.





Esperava um beijo que não aconteceu.
Ouvi frases erradas. Lutei !
Lutei por vencer
e venci a ilusão, porque a verdade era clara,
e se não a vi antes
azar o meu !!!
Não quero mais amar e nem sofrer,
quero tão somente existir e ser
só p'rá mim mesma.

Mas que angústia !!!

Sossega, Solemar... amor não mata...

Magoa !






                       x-x-x-x-x   10/05/1971  x-x-x-x-x

Uma nova carta de amor

















Hoje eu despertei sonhando. Na cama um cheiro de você, na boca a sede dos seus beijos, na alma a falta da sua presença.
O vento na cortina me lembrou seus braços e deitei-me neles lânguida e provocantemente.
Meu corpo colou cada centímetro no seu, adaptando-se. Moldando-se...
Uma brisa atravessou a cortina e beijou meu corpo. Tinha o calor da sua boca, a malícia da sua lingua queimando meu pescoço e insinuando-se entre os meus seios.
Tremo de paixão ! Todo meu ser responde ao apelo do desejo.
Quero e anseio seu corpo. Preciso do seu calor penetrando  minha pele e saciando meus instintos.
Ama-me !!! Ah ! Ama-me com todos os seus sentidos.
Deixa que eu sinta a pressão da sua língua, o sabor da sua saliva
Toca em mim com o carinho dos seus dentes; aguça-me a malícia com a busca frenética dos seus dedos.
Afaga-me !!! Ai !  Cada um dos seus afagos é chama que se acende em meu corpo e queima-me as entranhas.
Hoje eu quero sonhar com você !  Hoje eu não quero despertar de você !
Vem, paixão que me enlouquece, sonha comigo e desperta no prazer !





                           x-x-x-x-  1998 -x-x-x-x




Texto criado a partir do pedido de uma colega que queria dá-lo ao namorado depois de uma noite de amor.  Achei que valia a pena colocá-lo aqui, por ser uma criação minha.

domingo, 12 de abril de 2015

MÃE é meu nome.



Que estranho foi nosso encontro casual
onde a timidez polida de um cumprimento
veio selar sem pena a indiferença.
Custa-me crer neste contacto tão formal,
na dolorosa angústia do momento
de ver-te ali e não sentir tua presença.






Aonde foi parar a nossa intimidade,
que te tornou meu confidente e meu amigo
te fez meu esteio nas horas de amargura.
Quem foi que me roubou tão cara amizade,
que fiz eu pra receber este castigo
se em minha alma existe só ternura ?






Sei que perfeita não sou. Ai, quem me dera !
mas na minha imperfeição busco acertar
muito embora, às vezes, não consiga.
Tenho sentimentos que o tempo não altera,
mas minha grande qualidade é esperar;
jamais na vida serei tua inimiga.






A vida oferece caminhos diferentes
os quais trilhamos quase sem querer
levados e atraídos por um falso brilho.
Também segui caminhos atraentes
para agora finalmente entender
a luz do amor de mãe para seu filho.






Por isso  choro  lembrando o passado.
Mesmo sabendo que hoje pago o que fiz
não entendo o porque desta decepção.
Escrevo em versos o que está bem guardado
porque na vida só se é feliz
deixando o amor fluir do  nosso coração.







Hoje me tratas como estranha sem lembrar:
foi no meu ventre que tu foste formado,
de mim saiu cada célula de ti.
Velei teu sono, te ensinei a caminhar,
nos meus braços tu foste carregado,
no teu sofrer, contigo lágrimas verti.





Causo-te raiva hoje, isso é verdade.
Me crucificas e não tenho defesa,
sou responsável por tudo o que foi feito.
Respeito a tua posição, sua vontade
e por amor tento afastar esta tristeza
que quer ficar morando no meu peito.






Já fui julgada e condenada sem clemência
no tribunal do orgulho e da vaidade
onde a amargura oprime e consome.
Só tenho a proclamar  minha inocência
fazer da paz minha maior vontade
gritando alto que MÃE é o meu nome.





                10/04/2015



sexta-feira, 10 de abril de 2015

Depoimento II





Posso ver que o sol está brilhando,
Posso ouvir o pássaro cantar,
Presa ao sentimento que me toma,
Em nada quero esperar.



Sinto um vazio imenso,
Que me toma por inteiro.
Acredito que no mundo,
Nada há de verdadeiro.



Desânimo, enfado, tristeza,
Desabam sobre minha alma.
Quero fugir de mim mesma,
E nem este desejo me acalma.



Que momento mais funesto,
É este que estou vivendo.
É como uma grande tormenta,
Me arrastando e me tolhendo.



Preciso encontrar sossego,
Sossego eu preciso ter.
Achar prazer na existência
Voltar a querer viver.











12/09/2007

Carta de amor

    


 Meus olhos vagueiam vagabundos pelo infinito, encontrando em cada astro que enfeita o céu, alguma coisa do amor.
     É noite, e embora a escuridão impere no ar, no alto os salpicos de luz iluminam o espaço com uma luminosidade tênue que lembra valsa, abraço, carícia... 
     Mergulho nessa imensidão, perdida nos meus pensamentos, e sinto-me envolta numa atmosfera de extrema paz.
     Ah, se eu pudesse ficar assim, eu queria abrir meus braços, reter no meu regaço uma lembrança linda ! Queria ser assim, feliz, sem medos, livre dos pesos e dos pesadelos, livre das garras da incerteza. Poderia eu, ser parte do Universo, sem ser frágil criatura, sem ter no peito um mundo de sentimentos que me atormentam a alma ? Poderia eu, voar de encontro ao brilho de um olhar querido, navegar no oceano de um carinho e aportar no cais da alegria ? 
  Ó amor, doce enlevo do espírito, por que tomaste de assalto os meus dias e abrangeste o meu olhar ? Estou contida em ti e te contenho. De minha boca só sai teu nome... eu só sei pronunciar-te amor. Meus beijos te    buscam, meus dedos te anseiam, meus pés levam-me ao teu encontro e meu coração te sonda. Esta angústia velada me provoca uma enorme pressa de ti. 
     Não posso mais ser eu mesma porque tu te entranhaste na minha individualidade e quem me vê, vê também a ti.
     Tu me tornas diferente porque transpiro a ti e aspiro a tua presença. Amor, eu existo por ti.
     Tu te tornaste a minha religião e no altar do sentimento, sacrifico a tristeza e o pranto para viver em comunhão contigo. 
     Amor chama acesa, luz eterna, brilho intenso, tu clareias a escuridão das almas e atinges a todos os viventes.
     Quantas versões existem em ti, e todas elas avassaladoras, ativas e extremistas.
     Assim, quem ama, transforma, cria e conserva os frutos dos sonhos... 
     Posso porque amo, flutuar no espaço e caminhar no anseio. Tudo me é possível porque faço parte do amor. 
     Ainda agora, mirando a noite e o céu pontilhado de estrelas, dentro do meu coração, crio minhas próprias constelações, minhas nebulosas, vias espaciais, meus sistemas. 
     Pulo de estrela em estrela, embarco num cometa e avistando meus desejos os trago de encontro ao meu corpo para entendê-los, confortá-los.
     Amo sim, eu amo porque sou filha do próprio Amor e não me importo se fico meio enlanguescida e  entorpecida com a ação deste sentimento que circula no meu sangue e atinge cada célula do meu corpo ativando e aquecendo todos os meus sistemas.
     Minha imaginação salta das linhas desta folha de caderno, plana livre pelo céu da sua realidade e alcança a plenitude do amor !
     Tudo isso porque te amo, meu amor !!!

                         



1994


Este texto foi escrito para responder ao desafio de colegas que achavam impossível alguém escrever uma carta de amor, sem estar apaixonada. 


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Auto da dor e da vitória







Por estradas, trilhas, colinas,
tomada de grande alegria,
uma bela jovem caminha.
Ela foi agraciada,
pelo anjo exaltada,
e o seu nome é Maria.
Traz no ventre uma criança                                         que é a própria Esperança.


Pelos montes, pelos prados,
sob o sol quente e dourado,
pastores passam a cantar.
Um anjo anunciou:
__ Finalmente a paz chegou !
e lá se vão visitar.
Corações cheios de amor,
vão ver o Libertador.


Pelos campos, pelas matas
enfeitados de ouro e prata,                        
três reis vem do Oriente.
Seguindo a estrela dourada
que lhes guia a caminhada
trazem bonitos presentes.
Também querem conhecer
o Rei que acabou de nascer.          
                                                  
                                                               
Pelos caminhos, por trilhas,                                         cercado de mil maravilhas
está um menino a brincar.
No meio das flores se esconde,                                      mas se o chamam responde
com os olhinhos a brilhar.
Sempre alegre e risonho
Ele é a vida de um sonho.


Pelas montanhas e estradas,
a multidão deslumbrada,                         
segue um homem divino.
Tem palavras de doçura,
gestos de enorme ternura,
é simples como um menino.
Fala com autoridade.
este homem é a verdade.

Por becos, vielas e ruas,
vendo a realidade nua,
e sua gente sofrida,
seu toque cura o doente,
cegos veem novamente,
os mortos voltam à vida.
À mesa partilha o pão,
faz do amor Religião.



Por montes e negros caminhos,    
sentindo-se triste e sozinho   
rezando, chora sua sorte.
As oliveiras recolhem
o sangue que dos olhos correm,
prenunciando sua morte.
Homem das dores magoado
pagando por meu pecado.



Pelas ruas empoeiradas,
a multidão agitada,
leva o inocente aos brados.
Enganados sobre a lei
renegam o Divino Rei
e o entregam aos soldados.
E enfim é numa cruz
que sacrificam Jesus.

Por montanhas sinuosas 
vai Maria lacrimosa
em busca do Filho Amado.
Tão grande  é o seu sentimento,
tão intenso o seu lamento,
tem o coração lacerado.
Ferida em seu amor
Maria é a Mãe da Dor.


Por montes trilhas e estradas,
mulheres vão apresadas
ungir seu Rei sepultado.
Mas lá, um anjo anuncia
que há razão pra alegria
__Ele está ressuscitado !!!
Ecoa no ar essa voz:
__Ele está entre nós !!!






                   Páscoa de 2011.


Obs: Poema criado para encenação teatral.



Mais uma história...de flor.








Depois de tanto desejar a rosa                                                      
Quando a conseguiu, não cuidou.
Viu cair a primeira pétala
 e não percebeu
que mais que admiração
ela ansiava amor.


Amor de cuidado, de respeito.
Amor de ... amor.
Caiu a segunda pétala !
Não pôde entender o porquê.
Tudo estava ali.. Tudo ela tinha,
Como podia então fenecer ?
Outra pétala caiu !
Uma folha amarelou !
Não conseguiu compreender
Que o que faltava a ela
Estava em suas mãos.
Era preciso plantá-la,
(rosas precisam de chão).
Regar com carinho,
Adubar com esperança,
Expô-la ao sol da ternura.
Era preciso deixar que as folhas caídas
Adubassem a terra.
(Aprende-se com erros)



Necessário que as pétalas perdidas
Fortalecessem o solo.
Precisava usar as mãos
Para desviar os ventos.
(Tudo passa nesta vida)
Teve medo da dor
Que às vezes vem aos poucos.


Não quis chorar por cada pétala,
Se atormentar por cada folha.
Não suportaria vê-la murchar
E não se animou a cuidar.
Tomou-a pelo galho
(nem viu espinhos, só sentiu a dor)
Jogou-a no chão para pisá-la...
Conteve-se sem saber porque.


Ela, frágil, sem água,
Sem sol, sem carinho,
Despiu-se da cor,
Largou seu perfume e secou.
Deitou-se lentamente
Entre um capítulo e outro
De um livro
E ali, uma mancha a recebeu...



A mancha que fica de uma lágrima
Conhecida como desilusão










                                                 01/11/2013




segunda-feira, 6 de abril de 2015

Real






Debato-me sem forças no mar de minha vida,
em meio a uma vaga cruel e gigantesca,
sufocada pela escuma densa e grotesca,
frágil barcaça quebrada e destruída.



Náufraga de amores intensos, mal vividos,
me afogando nas decepções constantes,
tentando me agarrar a escombros flutuantes,
restos de sonhos pra sempre esquecidos.



Arrebatada no ruidoso turbilhão,                   
sugada pela força da tristeza.
Nas profundezas do abismo fico presa,
longe da luz, refém da própria emoção.



Num desespero mortal procuro o ar,
mas sou jogada de encontro aos rochedos,
muralha intransponível dos segredos,
que me atiram de volta para o mar.



Arde em meu peito uma tão imensa mágoa,                    
nem sombra de esperança transforma este momento.
Sou prisioneira do pranto e do tormento,
que em tormenta me afoga em tanta água.



Quisera na vida ter coragem, ser bem forte,
pra enfrentar as tempestades sem temor,
mas o mar que hoje me envolve em terror
chama-se vida onde viver é morte.








                                      05/04/2015

O trem da volta.