e de humilde destino,
alma e corpo em desatino,
sempre a se indagar,
da própria origem das virgens,
dos motivos deste mundo
dos sermões nada fecundos
dos sermões nada fecundos
sobre o futuro,
que querem lhe adivinhar.
Você moça menina,
gargalhada cristalina,
olhar de quem nada quer.
Foi um dia, pequenina,
saia longa, perna fina.
está se tornando mulher.
mil guerras à sua volta,
querendo assim te impedir.
Se ao seu coração despedaçam,
a sua alma se solta,
para viver e sentir.
Te vejo desabrochada,
no centro de um canteiro
coberto de ervas daninhas.
Vejo a alma coroada,
dentro de seu corpo inteiro,
na sua meiga carinha.
Mais que moça inda és menina,
mais que menina, criança,
alma cheia de esperança,
sempre confusa e com medo.
Se aqui fosse outro o clima,
mais carinho que vigor,
irradiarias amor,
como irradias segredo.
Mas se os adultos confundem,
e fundem a cuca de Deus,
como não confundiriam,
pensamentos que são teus ?
Se eles se decidissem
Na sua forma de pensar,
Seria então bem mais fácil,
Assim se deixar guiar.
Mas, arre !!! Se hoje assim pensam,
amanhã é de outro jeito.
Com esta gente confusa,
impossível ser perfeito !
Mas ouça bem um conselho,
de quem quase nunca se engana:
seja antes de tudo humana,
Não se perde a caridade
praticada dia à dia.
Seja somente você
como é sua esta poesia.
06/02/1981.
Feita para a Cláudia Maria,
minha sobrinha. Adolescente e confusa era a companhia certa para a tia que
queria voltar a ser criança.