segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O TÚNEL


                               




                    17.08.1971



    Imagens inseridas em 29/07/2019




CRISTO


                                





Cristo um nome sem rima na era poesia,                                  
e um mundo esquecido nas lembranças passadas.

Cristo que mora na esquina, que vive lá em casa,
tá muito “na dele” e todos na Sua.

Cristo ensinou liberdade mas permanece preso,
no medo e nas trevas do espírito humano.                                     

Cristo que vai e que vem, na guerra e bordéu,
não para um segundo atendendo ao mundo.                     

Cristo palhaço em piadas, estrela, político,
eleito dos jovens, esposo das virgens.

Cristo em nome de quem se comete iniquidades
e se jura de pés juntos.

Cristo mito !!!

Cristo, eu vejo tua subida ao poder
E choro de agonia.

A quem redimiste ???

Mereceu ??? 






                                                                                                





                          17.08.1971

Postagem do vídeo em 27/07/2019

VAZIO

         











                    







                                     06.01.1981



Imagens em 02/03/2020

sábado, 24 de agosto de 2013

ANGÉLICA NA ESTAÇÃO

                                 
















A FOSSA DA TIJUCA



Esta menina que acompanha o sol que já morreu,               
 abraça-se no tronco, aconchega-se à raiz,
nasceu, cresceu e vive semi agonizante
porque esta menina que sorri, não é feliz.

Ela acompanha com o olhar o amorenar do dia,
e a mata aliada lhe sussurra mil malícias.
Seu olhar se volta invejoso e cruel em plena tarde,
saboreando o gosto de alheias carícias.




                     A água cai, cascateando rica espuma alva,
                     e este véu diáfano lhe coroa o coração.
                     Esta menina que sorri, projeto de mulher
                     casa-se chorando com a doce solidão.                   

                    Porque seu pranto se afoga nesta mágoa,
                    e nem o céu se lhe apresenta inteiro
                    ela sorri e abraça assim a natureza
                    que é seu afeto real e verdadeiro.






Sua pele morena se confunde com a tarde,
e sua oração se vai com o sol que se escondeu.
Esta menina que hoje chora, chorou sempre,
pelo afeto sincero que a vida não lhe deu.

Enquanto chora a mocinha em plena selva,
os risos alheios soam na planície escura.
Assusta-se a inocente com a mentira que lhe trazem,
 mas sorri mentirosa da mentira pura.





  Abandona a selvagem mata o insólito ser             
  sabendo que p’rá sempre em seu viver
  haverá uma selva de pranto e de desejo.

  Sorri dengosa na mentira ingênua e louca,
  e o escárnio que se vê em sua boca,
  mais se assemelha a imaginário beijo.








                                                       01.07.1971

Explicação:  Meus 19 anos !!!  Ah, quanta infantilidade ! Que trabalho dei para meus colegas. Sempre apaixonada; não sabia conservar meus namorados ! Apaixonava-me como num passe de mágica. Meus amigos tentavam me agradar e até conseguiam às vezes .  Eu era bem complicadinha.
Esta poesia foi feita no Alto da Boa Vista, Floresta da Tijuca, ali pertinho da Capela Mayrink. Tinha uma pracinha com balanços, um riozinho onde a gente gostava de tomar banho... Delícia !!!  Gostoso pra namorar também!
                     


PESADELO










Olhar aberto num último desejo,
dentes à mostra no primeiro sorriso.
Caiu. Caiu. Caiu !...
e acordou do pesadelo molhado de suor.
As luzes brilhavam, o sol se apagou
e a noite caiu silenciosamente no abismo.
A bomba explodiu, o rio rolou.
Tudo terminou...
Assim que o sol nasceu, o vulcão se apagou
e só restou um mar fervente de sangue.
Troou o trovão e a luz morreu
quando iniciou a tempestade.
O vento fustigou a luz.
Escureceu o tempo e o sorriso mudou.
Estranho espetáculo:
o carvalho oscilou sob a tempestade
e com ruído ensurdecedor caiu.
Caiu. Caiu. Caiu !...
e acordou do pesadelo molhado de suor.







              18.06.1971

AO MULATO





Eu te amo mulato altivo,
Como em minha vida jamais amei.
És para mim o tudo entre o nada,
E uma noite infinda em seu olhar achei.

Amo-te mulato, nesta tua aridez
E anseio por sentir em mim, os lábios teus.
Amo-te mulato, no mistério em que te envolves
Perfeita e pura criação de Deus.





                  
                                                    Amo-te mulato nesta cor noite escura,
                                                    Com esta languidez que é tua natureza.
                                                    Amo-te mulato nesta negra estátua,
                                                    Ornada da mais rústica beleza.

                                                    Amo-te mulato nestas mãos imensas,
                                                    Que inquietas revelam o teu ser.
                                                    Amo-te mulato neste teu sorriso
                                                    E eu teu sorriso se resume o meu querer.





Amo-te mulato neste oriente
Que esconde tua boca e teus beijos.
Amo-te mulato neste corpo ardente
Que me enche de volúpia e de desejo.

Amo-te mulato nesta tua simplicidade,
E esta tua pureza me cobre de temor.
Como é que pode, alguém assim tão diferente
M e dar sem medo, seu profundo amor ?




                                                      Amo-te mulato, com muita, muita força
                                                      E este teu jeito me enche de emoção.
                                                      Amo-te mulato, conseguiste incendiar,
                                                      A Roma erma e gélida do meu coração.

Amo-te mulato, com seu ´porte,
       E quem cativa seu amor está com sorte,
                 Pois para o conseguir, só mesmo sendo ágil.

                Amo-te sublime consorte,
       Magnífico exemplar do sexo forte,
Já que eu teus braços sou pequena e frágil.




                                             


                                         20.07.1971

O trem da volta.