Refugiada,
tão
pequenina, silenciosa, isolada,
chegou
trilhando o caminho das águas,
ninguém
lhe indagou sobre saudade e mágoas.
No
coração,
longe
de casa o que bate é a solidão
O
tempo preguiçoso não lembra de voltar,
foge
a esperança na dor que quer ficar.
Tão
inocente,
tem
olhos tristes num rosto sorridente.
Mistura
os idiomas tentando entender
o
que os outros tentam lhe dizer.
Chora
sozinha
sem
o abraço carinhoso da avozinha.
Lembra
a casinha de bonecas “excesso de bagagem”,
abandonada
no porto, na pressa da viagem.
Pra
lá do horizonte,
ficou
sua terra tão quente e aconchegante.
Lá
onde céu e mar se juntam pra esconder
o
que seu coração não pode esquecer.
Estão
fugindo
é o
que dizem, mas claro, estão mentindo.
Inventam
histórias sobre guerras. Sobre fome.
mas
real mesmo é a saudade que consome.
Na
áfrica amada
sua
alminha ficou acorrentada.
Lá,
nas florestas não canta o sabiá
mas
se assenta imponente o baobá.
Ah,
que desejo
de
no solo materno dar um beijo,
de
fitar aquele céu tão diferente,
de
abraçar uma vez mais cada parente.
Refugiada.
Tão
pequenina ainda e tão sofrida,
sem
entender os motivos dessa vida,
e as
confusões que este mundo encerra.
Deus
não devia permitir que as esperanças
fossem
tiradas da inocência das crianças
ou
que elas fossem afastadas de sua terra.
06/07/2018
06/07/2018