sábado, 30 de julho de 2016

Contraste...






O urubu aguarda  paciente,
imóvel imagem, grotesca e imponente,
varrendo os arredores com  arguto olhar.
Nódoa  negra, manchando  a  luz  do  dia,
desentoada  nota, quebrando  a  harmonia,
arauto  da  morte  que  chega  devagar.












O  ser  que  agoniza  se  debate  em  estertores,
oriundos  da  revolta, das  mágoas  e  das  dores,
preso  na cegueira  que  o  envolve   então.
Cambaleante  não  consegue  reagir,
deixa  que  o  fim  o  domine,  e  sem  sentir,
já  se  confunde  com  o  próprio  chão.


um  mórbido  silencio  a  natureza  abraça,
paira  no  ar  a  inquietude  da  desgraça,
que  como  uma  moléstia  oprime  e  aniquila.
Agudo  grito  rompe  o  peito  da  visão,
como  um  sinal  que  traz  o  bando  em  multidão,
e   então  confunde,  estraçalha  e  mutila.


como  os  urubus,  há  humanos  asquerosos,
negros  fantasmas,  cruéis  e  ardilosos,
de  proceder  desleal  e  leviano.
Aves  de  rapina, servos  da  destruição,
inconsequentes,   desprovidos  da  razão,
predadores  do  próprio  ser  humano.




 30/07/2016



Quem  pode  entender  ???


O trem da volta.