Fogão
de lenha, inútil, carcomido,
silencioso
e envolto em amargura,
É
um traste velho, sem uso, ultrapassado,
imóvel,
feio, fedorento, empoeirado,
vencendo
o tempo, enquanto ele perdura.
“Achas”
antigas, grotescas, indolentes,
jazem
no “descanso”, lado a lado, pacientes,
Carvões
gelados se ocultam no “borralho”,
em
meio à cinzas e gravetos de carvalho,
sem
esperanças de voltar a queimar.
A
“chapa” sem panelas, com a boca escancarada,
boquiaberta
para o teto, espantada,
A
chaminé toda torta e caída,
inanimada,
prostrada, contraída,
espalha
pelo chão, “fuligem” e bolor.
Despenca
o reboco em torrões enormes,
criando
crateras profundas e disformes,
esfarelando
as paredes de forma selvagem.
porém
a estrutura que é tão resistente,
de
pé é apenas uma fosca miragem.
Carcomido
e inútil fogão de lenha,
seu
fim, com certeza, não há quem o contenha,
a
ele te entregas, humilde e tristonho.
e
a voz do tempo é que agora te chama,
prá ser no presente, somente um sonho.
prá ser no presente, somente um sonho.
26/02/2016