Cavalo
selvagem pra onde me levas,
Neste
galope frenético, angustiado ?
Por
entre vales sombrios me carregas,
Atravessando
o campo, rasgando o gramado.
Seu
dorso luzidio em espasmo estremece,
E as
patas vigorosas, riscam o caminho.
Tudo
o que deixo pra trás me enternece,
Me
fere o peito com ardor de espinho.
Intrépido
vences extensas colinas,
Pulas
abismos e nem vês o perigo.
A
mata fechada em dois saltos dominas,
Em
águas profundas, me levas contigo.
Meus
dedos se fecham com força em sua crina,
Que o
vento fustiga alheio e inconseqüente.
Me
sinto tão frágil, nada me anima,
Me
entrego em delírios ao tempo presente.
Ah,
quantas noites tenebrosas enfrentamos,
As
muitas quedas, sofrimentos, desatinos.
A estrada
é perigosa e nela cavalgamos,
Sempre
indo de encontro ao DESTINO.
Cavalo
selvagem, onde vais agora
Meio
a tempestade, em tão grande proeza ?
Cuidado,
pois comigo a natureza chora,
E ao
meu lado carregas a TRISTEZA.
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