As 8 horas da manhã do dia 24.02.2013, assisti nosso Papa Bento XVI recitar o seu último Ângelus como dirigente da Igreja Católica Apostólica Romana.
Comoveu-me a multidão reunida na Praça e não pude conter as lágrimas.
Senti-me meio sem chão e meu coração disparado encheu-se de tristeza mas
também de muita esperança.
A atitude corajosa de Bento XVI vem mostrar e servir como exemplo de
como o cristão deve se comportar diante da vocação. Não podemos nós escolher nosso caminho, mas lembrar sempre
que Deus está no
comando e colocar-nos à Sua disposição, como Maria Santíssima ao aceitar sua
missão.
Disse Bento XVI que um novo chamado o convidava a retirar-se e a se
aprofundar nas orações, como Nosso Senhor no monte Tabor. Neste retiro, é possível que aconteça a aparição do ser
verdadeiro contido no interior do
homem, que revestido de um cargo, deixou de ser ele mesmo: um piedoso.
Sinto que neste momento, nós católicos, somos também chamados para o
nosso Tabor. A Igreja precisa de
orações. Precisa de um povo piedoso e cheio de fé.
Hoje, envolvidos em tantas pastorais e ministérios, os fiéis católicos
esqueceram-se um pouco que é preciso
antes de cada ação, buscar a direção do céu.
Está escrito que “há muitos planos no coração do homem, mas só a vontade
de Deus se realiza” (Provérbios, 19:21), mas as
pessoas começam a achar que podem elas mesmas decidir o futuro das suas comunidades,
deixando esquecidas
as orações, que é o que nos liga com mais intimidade ao Poder de Deus.
Costumo dizer que a palavra ORAÇAO é formada por duas : ORA e AÇAO. Para que a ação seja realmente eficaz precisa ser precedida da ação de orar.
Vê-se nas comunidades, muito estrelismo, egoísmo, egocentrismo e isto
afasta os fiéis da doutrina, além de incentivar
todos os outros pecados que destroem todo e qualquer plano religioso. A causa passa pela falta da oração,
alimento da nossa fé e que faz surgir aos poucos criaturas resplandecentemente
transformadas.
Os católicos precisam das pastorais e de todos os ministérios, e de toda
e qualquer atividade que se realiza com
o objetivo de tornar a Igreja Luz no mundo, mas antes de tudo a Igreja precisa
que os fiéis rezem muito e
tenham a coragem de enfrentar as verdades que teimam em ficar escondidas,
levá -las para a luz com
atitudes que anulem a passividade e forcem as mudanças necessárias.
Talvez nosso Papa Bento XVI não tenha dito o que queria, mas com sua
renúncia é provável que ele esteja
dando voz ao seu silencio e nos ensinando que rever os próprios conceitos e
possibilitar mudanças é
sempre uma atitude corajosa.
Sinto muita tristeza mas a esperança
me anima porque sei, no fundo do meu coração que a Igreja não
está abandonada e nem vai sucumbir.
“___ Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a MINHA IGREJA e o
inferno não prevalecerá contra
ela. Eis que te dou as chaves do Reino... “ (Mt. 16:18)
Nosso Papa é tão somente o sucessor de Pedro. Nosso muito querido,
Pastor aqui na Terra. Um homem, humano
e falho como qualquer outro.
Sei, e isso me fortalece, que o verdadeiro Mestre, Aquele que chamou a Igreja iniciada em Pedro, de MINHA, ressuscitou e está vivo !!! E o mais importante : está no comando.
24.02.2013
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