De um lado o mar, o céu, a lua,
um punhado de pescadores,
uma mistura de nostalgia e paz,
e o farol vermelho girando...sempre girando.
Do outro lado a rua, os faróis,
o ruído intenso das buzinas,
os homens, as mulheres;
pálidas figuras no negror da noite;
dezenas de edifícios que se perdem na distância.
Para trás nada...
só o silêncio e a escuridão da noite
e a sensação gostosa de passado.
No centro eu.
Eu e minha melodia,
eu e minha tristeza,
eu e meus sonhos.
Sob meus pés o ruído dos meus passos,
solitária cadência,
e minha sombra gigantesca
sob o luar.
O ritmo é marcante.
Seis horas da tarde. Copacabana !!!
Na frente, em meio à distância um arranjo de luzes,
imensa torre no bazar oriental da minha noite,
que a cada passo meu, mais se aproxima.
Vai minha sombra errante na noite, sob sussurros,
e o arranjo de néons se aproximando
num carnaval de cores.
Defino-o num lampejo:
uma imensa e maravilhosa cruz
na capela à beira mar.
Penso em Deus... Sinto Deus.
Aquele Ser Criador que fez-me assim
infeliz.
No alto, como entre as estrelas
só avisto a Cruz
e o cenário da noite
a torna misteriosa.
Devaneando vou ao seu encontro
na esperança de enfim
ao encontrá-la
me encontrar.
10.05.1971
Nenhum comentário:
Postar um comentário