Esta
menina que acompanha o sol que já morreu,
nasceu,
cresceu e vive semi agonizante
porque
esta menina que sorri, não é feliz.
Ela
acompanha com o olhar o amorenar do dia,
e
a mata aliada lhe sussurra mil malícias.
Seu
olhar se volta invejoso e cruel em plena tarde,
saboreando
o gosto de alheias carícias.
A água cai, cascateando
rica espuma alva,
e este véu diáfano lhe
coroa o coração.
Esta menina que sorri,
projeto de mulher
casa-se chorando com a
doce solidão.
Porque seu pranto se afoga
nesta mágoa,
e nem o céu se lhe
apresenta inteiro
ela sorri e abraça assim a
natureza
que é seu afeto real e
verdadeiro.
Sua pele morena se confunde com a tarde,
e
sua oração se vai com o sol que se escondeu.
Esta menina
que hoje chora, chorou sempre,
pelo
afeto sincero que a vida não lhe deu.
Enquanto chora a mocinha em plena selva,
os risos alheios soam na planície escura.
Assusta-se a inocente com a mentira que lhe trazem,
mas
sorri mentirosa da mentira pura.
Abandona a selvagem mata o insólito ser
sabendo que
p’rá sempre em seu viver
haverá uma selva de pranto e de desejo.
Sorri dengosa na mentira ingênua e louca,
e o escárnio
que se vê em sua boca,
mais se assemelha a imaginário beijo.
01.07.1971
Explicação: Meus 19 anos !!! Ah, quanta infantilidade ! Que trabalho dei para meus colegas. Sempre apaixonada; não sabia conservar meus namorados ! Apaixonava-me como num passe de mágica. Meus amigos tentavam me agradar e até conseguiam às vezes . Eu era bem complicadinha.
Esta poesia foi feita no Alto da Boa Vista, Floresta da Tijuca, ali pertinho da Capela Mayrink. Tinha uma pracinha com balanços, um riozinho onde a gente gostava de tomar banho... Delícia !!! Gostoso pra namorar também!
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