sexta-feira, 1 de maio de 2015

Mocinha







Você de humilde origem, 
e de humilde destino,
alma e corpo em desatino,
sempre a se indagar,
da própria origem das virgens,
dos motivos deste mundo
 dos sermões nada fecundos
 sobre o futuro,
que querem lhe adivinhar.




Você moça menina,
gargalhada cristalina,
olhar de quem nada quer.
Foi um dia,  pequenina,
saia longa, perna fina.
está se tornando mulher.






  



Mas mil braços te agarram,                     
mil guerras à sua volta,
querendo assim te impedir.
Se ao seu coração despedaçam,
a sua alma se solta,
para viver e sentir.







Te vejo desabrochada,           
no centro de um canteiro
coberto de ervas daninhas.
Vejo a alma coroada,
dentro de seu corpo inteiro,
na sua meiga carinha.


Mais que moça inda és menina,
mais que menina, criança,
alma cheia de esperança,
sempre confusa e com medo.
Se aqui fosse outro o clima,
mais carinho que vigor,
irradiarias amor,
como irradias segredo.





Mas se os adultos confundem,
e fundem a cuca de Deus,
como  não confundiriam,
pensamentos que são teus ?





Se eles se decidissem
Na sua forma de pensar,
Seria então bem mais fácil,
Assim se deixar guiar.








Mas, arre !!!   Se hoje assim pensam,
amanhã é de outro jeito.
Com esta gente confusa,
impossível ser perfeito !
Mas ouça bem um conselho,
de quem quase nunca se engana:
seja antes de tudo humana,
faça da vida um espelho.
Não se perde a caridade
praticada dia à dia.                                      
Seja somente você
como é sua esta poesia.








06/02/1981.



                         





Feita para a Cláudia Maria, minha sobrinha. Adolescente e confusa era a companhia certa para a tia que queria voltar a ser criança.


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O trem da volta.