quarta-feira, 22 de abril de 2015

Sossega, Solemar... amor não mata.



Eu estava sentindo um amor gostoso que só vendo,
e vendo eu vi que a ilusão é mentira
e acordei sonhando.

Tudo foi uma gostosa experiência
que me deu mais experiência da experiência.

Sossega, Solemar... amor não mata !






Quem diria que beijos seriam tão gostosos,
tão lambuzados num sabor de "quero mais".
Mas infelizmente não houve mais "mais",
e sem mais "mais" eu fiquei tão mais frustrada .
Muito mais !!!


Pensei: " Faça amor, não faça a guerra."
e uma guerra explodindo em mim
mais parecia festa de São João.
Mas era guerra sim ! Guerra de verdade.
Quem não notou uma tímida lágrima rolar-me no rosto
e morrer-me nos lábios com sabor de mar.

Sossega, Solemar... amor não mata.



Tem gente que chora, gente que gargalha,
mas eu, presa no ventre da vida,
fico assim, prisioneira de mim,
apática, fitando o futuro meio de "banda"
louca p'ra enlouquecer, morrendo p'ra viver,
vivendo p'rá  morrer.
Vou terminar aprisionada nestes sentimentos.

Até o vento canta:

Sossega, Solemar... amor não mata.



Onde quer que eu esteja
é sempre na espera.
Nada é meu, nem meu próprio corpo
que luto por conservar
no ódio de mim mesma.
Tenho preguiça de viver
porque não me realizo.





Eu estava sentindo um amor gostoso que só vendo
e quando vi que eu era a última romântica
era tarde:
lá estava o amor, em cima do meu coração
já totalmente instalado.
Vi a verdade da frase
__ "Amor é bicho instruído."





Só vendo, e eu vi. É terrível ser um círculo,
querer ouvir e sentir que o mundo é mudo,
querer falar e sentir que o mundo é surdo.
Esperar em vão,
ficar na mão...
É horrível, meu Deus !
É degradante.





Esperava um beijo que não aconteceu.
Ouvi frases erradas. Lutei !
Lutei por vencer
e venci a ilusão, porque a verdade era clara,
e se não a vi antes
azar o meu !!!
Não quero mais amar e nem sofrer,
quero tão somente existir e ser
só p'rá mim mesma.

Mas que angústia !!!

Sossega, Solemar... amor não mata...

Magoa !






                       x-x-x-x-x   10/05/1971  x-x-x-x-x

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O trem da volta.