segunda-feira, 6 de abril de 2015

Real






Debato-me sem forças no mar de minha vida,
em meio a uma vaga cruel e gigantesca,
sufocada pela escuma densa e grotesca,
frágil barcaça quebrada e destruída.



Náufraga de amores intensos, mal vividos,
me afogando nas decepções constantes,
tentando me agarrar a escombros flutuantes,
restos de sonhos pra sempre esquecidos.



Arrebatada no ruidoso turbilhão,                   
sugada pela força da tristeza.
Nas profundezas do abismo fico presa,
longe da luz, refém da própria emoção.



Num desespero mortal procuro o ar,
mas sou jogada de encontro aos rochedos,
muralha intransponível dos segredos,
que me atiram de volta para o mar.



Arde em meu peito uma tão imensa mágoa,                    
nem sombra de esperança transforma este momento.
Sou prisioneira do pranto e do tormento,
que em tormenta me afoga em tanta água.



Quisera na vida ter coragem, ser bem forte,
pra enfrentar as tempestades sem temor,
mas o mar que hoje me envolve em terror
chama-se vida onde viver é morte.








                                      05/04/2015

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O trem da volta.