terça-feira, 9 de julho de 2013

ABERTURA...





Desde que aprendi a ler e a escrever, fui impelida a transportar meus sentimentos para o papel, colocando em frases soltas,rimas, poemas, crônicas e etc, todo o meu interior...Se sonhei escrever um livro, não me lembro, o que sei é que o instinto de escrever toma conta de mim em determinados momentos, marcando épocas e situações. 
Lembro do meu primeiro escrito, meio crônica, que falava da ineficácia dos espirais contra mosquitos. Fazem mais ou menos quatro décadas e eu com meus dez anos, já criticava a situação do povo brasileiro que se deixava enganar, e o que é pior, se sufocar com uma fumaça noturna, oriunda de um emaranhado de substâncias desçonhecidas, cuja finalidade era espantar pernilongos. E espantava ? E ruim ! Tanto que minha crônica falava de uma bela pernilongazinha, num biquíni de bolinhas, que se bronzeava na brasa ardente do Espiral Alerta Não Adianta Nada.
É desta época minha primeira e maior fã: Dona Dorony, minha mãe. Esta minha admiradora emprestou seus ouvidos e sua paciência, durante toda a sua vida, a ouvir e elogiar minhas obras que eu exibia cheia de vaidade. Foi minha fãzoca até que Papai do Céu a chamou, Borboleta do meu mundo fantástico, para ficar lá em cima, curiosa, cada vez que eu me sento para escrever. 
Hoje, recém saída de um derrame, tenho um lado do rosto meio paralisado,(já estou melhorando), minha veia sensível palpita feito doida. Eu que já não era bonita, olho p’rá mim mesma e me assusto. Caramba ! A gente não é nada mesmo !!! 
Porém sinto que meu interior sofre uma verdadeira revolução !!!
É Dona Doró, parece que o vulcão vai explodir !
 Quero falar do meu corpo, dos corpos, do céu, do mar, do ar... Ai!!! Quero falar de tudo !!! Sinto falta das poesias que fiz e que larguei por aí, sem dona, sem destino. Parecem filhos dados pros outros. Eram cívicas, passionais, naturais, infantis, sobrenaturais... quantas ! Será que está perto o dia da minha despedida? Tenho sonhado com meus queridos que já se foram. E aí Valdê ? E aí, Mãe ? Enquanto fico aqui, imaginando o imaginário, vou passando pro papel meu próprio coração. Abro este trabalho com “Lembranças da Prisão” porque esta é a minha realidade hoje, mas o que realmente pretendo fazer é passar a limpo as velhas obras e criar novas nascidas desta febre.
 Até quando ??? 
Só Deus sabe... E que Ele me ajude. 
Bença, Mãe ! Beijo, irmão !


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O trem da volta.