terça-feira, 16 de julho de 2013

A PUREZA





A chuva fininha deixara um grande charco,
No chão de terra da rua maltratada,
Como uma enorme boca escancarada,
Num silencioso grito, a exigir o nada.





Parte-se o colar e a pérola preciosa,
Deita-se no chão e rola enlouquecida.
Numa euforia, sem freios, toca a água suja,
E sem defesa alguma, é logo engolida.







Ah ! Destino cruel que ao belo desampara,
Deixando a pérola, à mercê do mundo.
Pobre coitada, tão linda ! Destruída
Enquanto o charco fica ali... Feio !  Imundo !






                                                      
 Mas dedos finos rebuscam toda lama,
Até que enfim, tocam a pérola perdida,
Abraçam-na  com força, e a trazem com carinho,
P’rá se fartar na luz, se embriagar de vida.








E neste momento então, dá-se o milagre,
A realidade que é sempre inesperada:
Escorre-se a lama da jóia, ela  permanece
Pura como antes. Perfeita !  Imaculada !!!

                              




                                          Assim são os filhos do Deus Onipotente,
                                          Que como Jesus, querem amar, querem servir,
                                          Mesmo vivendo na lama deste mundo,
                                          Não se deixam por ela seduzir.


                                                             




                                                                    30/12/2002

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O trem da volta.