sábado, 20 de julho de 2013

ADEUS A MEU IRMÃO








Quebrou-se o violão em mil e um pedaços,
Em mil e um lamentos, rolando pelo chão,
As notas musicais, brilhantes pirilampos,
Pirilampavam em meio à solidão.
           



 Quebrou-se o violão e as cordas distorcidas,
  Prateados cachos balançando ao vento,
  Jaziam ao lado do braço silencioso,
  Testemunhas mudas de tão triste evento
                                                                   



            
Quebrou-se o violão, madeira envernizada,
Retalhos desiguais, pedaços de uma história.
Suas travas inertes, largadas na calçada,
Como canções antigas na nossa memória.


         
 Quebrou-se o violão e o bojo arrebentado,   
 Deixou que partissem pautas, rimas, poesia.
 De sua boca aberta, canções inacabadas                        
 Se dissolveram no ar junto com a alegria.





 Quebrou-se o violão e a felicidade,
A natureza pranteou sentida dor.
A alma do poeta, voou em liberdade,
Para pousar nos pés do Criador.




Quebrou-se o violão em mil e um pedaços,    
Em mil e um lamentos, rolando pelo chão,
E a saudade que eu já sinto parte
Em mil e um pedaços, meu pobre coração.

                                  22.01.2003





                   

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O trem da volta.