E a natureza também faça morada.
Quero que ela seja sólida o bastante,
Para conter em si, meu eu alucinante,
E minha esperança guardada.
Quero pela manhã ouvir os passarinhos,
Saudando o dia que começa a clarear.
Quero acordar com o sol, devagarinho,
Me levantar sem pressa, de mansinho,
E com a magia do tempo me embolar.
E uma alameda de pedras reluzentes,
Onde haja sombra durante todo dia.
Quero um banquinho forte e resistente,
Onde eu possa me sentar diariamente,
E espantar a teimosa nostalgia.
Quero apreciar a vida lá fora borbulhando,
Gente correndo, existindo, caminhando,
Gente correndo, existindo, caminhando,
Numa efusão de movimento e cor.
Crianças na calçada, alheias, só brincando,
E o movimento na rua aumentando,
E o movimento na rua aumentando,
Numa enorme explosão de amor.
Que tenha um sótão sob o telhado,
E uma varanda virada para a rua;
De onde eu possa ver casais enamorados,
Felizes, puros e tão aconchegados,
Fazendo juras de amor à luz da lua.
Quero me deitar sem ter pressentimento,
Janelas abertas, recebendo o vento,
Sem pensar no amanhã, ainda por vir.
Quero ver anoitecer sem perder um momento,
E contando estrelas que enfeitam o firmamento
Em paz comigo e com Deus, dormir.
Em paz comigo e com Deus, dormir.
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