terça-feira, 18 de agosto de 2015

Artista

No palco da vida abrem-se as funções,
com todos desfilando no centro da arena;
e neste colorido chão é que se passa a cena  
do cotidiano, com suas atrações.
Me visto de brilho pra enfeitar o espaço,
busco na memória recordar o enredo,
capricho a maquiagem e escondo o medo,
porque todo dia, é assim que me disfarço.



No circo da vida eu sou trapezista,
voando sem asas, contando com a sorte.
Nas mil piruetas, sempre olho pra morte,
que espreita ansiosa, do meio da pista.
Agarro-me com força na esperança,
mas minha lágrima atira-se no ar,
brilha com as luzes e vai se derramar,
na areia fofa, onde a turba dança.
                           



Do trapézio da decepção, 
vou balançando e salto na tristeza,
me atiro receosa na incerteza,
pra mergulhar na incompreensão.
No intenso silêncio eu fico suspensa,
vendo a ilusão embaixo balançando,
sobre a mentira então vou pendulando,
e a sensação de terror é ainda mais intensa.



            
              

    Cega pelo pranto, no ar da falsidade,
    como o tempo no relógio: ritmado,
    me sinto frágil com o corpo tão cansado,
    sem ver a rede que se chama liberdade.
    Atiro-me enfim. Meu nome é garra e fé,
    travo meus dedos e eles escorregam,
    mas eu não sou daqueles que se entregam,
    forço meu corpo e na barra fico em pé !

          

                      

No circo da vida trapezista sou.
Hoje teve espetáculo ? Teve, sim senhor !!!
É assim que brinco com o desamor.
De pé plateia !!!  Aplaudam o meu show !

                                                       18/08/2015


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O trem da volta.