Meio à vegetação rasteira a cobra espreita,
Imóvel como rocha, nada a denuncia.
Seu corpo enovelado, na relva se deleita,
Enquanto o frio olhar passeia e vigia.
Que se misturam ao silêncio num levíssimo tremor.
Tomadas pelo espasmo se movem onduladas,
Escorregando lentamente por sobre o verdor.
Sua língua bifurcada inquieta e ardilosa,
Puxa o cortejo ameaçador, que avança.
Capta sinais, sinistra e buliçosa,
Nos recantos onde nem a vista alcança.
Faz cintilar o olhar tão traiçoeiro.
Assusta-se, fugindo da luminosidade
Na defensiva contrai o corpo inteiro.
Na boca aberta as pontudas agulhas,
Guardam a morte como um segredo,
E na penumbra lhe faíscam mil fagulhas,
Provocando esta visão, insegurança e medo.
Envolta pela relva a invisível fera,
Audaciosa e exímia caçadora,
Enrosca-se em anéis e fica à espera,
Porque nesse momento, é ela a predadora !!!
27/08/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário