quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A flor



Esquecida na prateleira fria                  
de uma antiga delegacia
eu vi uma flor.
Meio murcha, já enegrecida,
de pétalas caídas e sem vida,
misto de alegria e dor.





Onde estarão as mãos que a compraram,               
ou mesmo aquelas mãos que a roubaram
para a alguém ofertar ?
Onde estará pessoa tão singela,
que fez com que esta flor um dia pura e bela,
viesse estar aqui, neste lugar ?







Ali, na cúpula do dever,                     
que mãos teriam deixado a delicada flor.
Seria pra lembrar uma esperança,
ou um recado insinuante de amor ?



Prá mim, flor não combina com violência,   
e muito menos rosa, combina com prisão.
As pétalas abertas me lembram sim, as asas
de livres aves a voar na imensidão.






Enternecida foi minha alma debruçar-se   
sobre aquela flor abandonada e esquecida.
Seria ela o reflexo do vazio,
resto de um amor passado e já sem vida ?





Não importa o local, não importa o sentimento,
a alegria ou a dor que alguém sente.
O que importa na verdade: aquela flor
é sinal de que aqui, existe gente !!!








E gente é sinal de sentimento,                   
e sentimento se declara assim: com flor.
Onde tem flor já se sabe, ali tem gente.
Onde tem gente já se sabe, tem amor !!!






                     





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O trem da volta.