segunda-feira, 10 de março de 2014

Retornando...





Se eu pudesse pediria que voltasses
Porque esse tempo distante vem me magoando.
Não fosse esse arranjo de flores e luzes da natureza,
O mundo pra mim, já teria terminado.

                                                             
Na parte do  mundo em que te conheci,
Florescem novidades e santidades:
O que eu não tenho pra te dar ?
Com que lealdade atravessei teu universo
E sondei teu oceano,
E nestas linhas tão jovens, tão densas me perdi
Essvoaçante num  mundo de cores e ilusões incontidas,
Entre o dever e o amor,                                          
Entre o santuário e o bordéu.


Que me perguntem o que sinto agora. Não poderei responder
Porque a força do mar e a tensão do Universo
Ainda estão claras na minha mente.
Tão claras, que morro e vivo de segundo a segundo
Sem ver o mundo.


Que me alcancem os dilúvios e as penas,
Porque eu nasci num mundo de ódio.
Eu cerrei os dentes e mordi a língua
E a vontade de gritar foi grande.
Não sei onde estás: em que universo, em que satélite
Em que campo.


Vi que lábios sorriram ao saber da distância
     E verti lágrimas de egoísmo
        porque tiraram  o meu coração.
Vi que abriram meu peito, penetraram meu cérebro
E te arrancaram de lá, manchado de sangue
Destilando vergonha pelas mãos e boca.



Ainda não atinei com o porque, só fico pensando
Analisando a soma algébrica que nós fomos.
Errei, mas por mais que eu verifique,
O erro se me esconde.




Tinha que dar certo. Foi tudo caprichado demais.
Acho que estás neste meteoro que me destrói o tórax
Ou na luz que me penetra e cega o olhar.
Penso que estás nos meus sonhos ,na minha loucura,
Ou no meu sorriso que sumiu.
                                           Acho que não volta mais.
                                                                 

                                       23/04/1971




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O trem da volta.