quinta-feira, 6 de março de 2014

O silencio




Vejo o silêncio deslizar nas sombras
E astutamente entrar sem ser contido,
Feito serpente sinuosa, traiçoeiro,
Sufoca em seus anéis um grito tão sofrido.

                                                          Engole os segundos com fome incontrolável,
Bebe os minutos como náufrago sedento,
Respira as horas em transe de desejo,
Escravizando o tempo sob o seu tormento.


 Vai inundando o espaço absorvendo tudo,
 Lembra uma enchente que destrói sem piedade.
 Assume formas difusas e enganosas
 Pra disfarçar com elas a verdade.                                                                             
 É uma doença tão grave e destrutiva
 Que aniquila sem dó a força e a razão
 E num delírio febril confunde a alma
 E a atira em violenta convulsão.

Salta a janela, chega a rua e a domina,
Roubando para si a vida, a alegria.
Não permite que voem os sentimentos
Transforma em brumas o alvor do dia.                                                                  
Pesa em respostas que não foram ditas,
Pesa em perguntas ainda por fazer,
Mas ele enfim é a melhor palavra
Se não existe mais nada pra dizer.






                                           



                                                  04.03.2014 

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O trem da volta.