Fim de Carnaval.
Carnaval de dor e de certeza,
de agonia e fantasia...
Carnaval de medo.
Fim de Carnaval
na minha alma perguntas surgindo,
futuro de nada.
Porque voltei?
Porque não me perdi na alegria falsa
da festa que transforma os humanos
em seres vazios ? Porque chorei ?
Porque não me endureci no medo
de perder a vida
na porta do trem ?
Carnaval viagem,
olhar perdido,
mente doente
mente humana.
Olhar brilhando,
não de lantejoulas,
mas de água fria.
Lágrimas
frias de morte
para amanhecer na quarta feira
das cinzas.
Dá-me sua mão,
dá-me seu sorriso
de compreensão.
Um pouco de dinheiro,
lugar para morar,
afeto.
Terça Feira Gorda,
gorda como eu
e que nunca faz regime. Meu pranto,
meus passos marcando a calçada de Austim.
Hoje são cinzas
de um amor desfeito,
de dor no peito,
cinzas do fim.
Cinzas das cinzas
mornas, frias,
do fogo que foi o amor um dia,
do Carnaval que passou.
Caminho longo e tenebroso,
nas cinzas do Carnaval passado e louco.
Somente cinzas para mim,
somente cinzas no fim.
Só posso afirmar
no fim de tudo o mais:
foi este Carnaval inesquecível
de dor, de desconfiança,
briga, fuga,
trem, revolta,
morte
e cinzas !!!
03/1981
Ei, você !!!
Muitas vezes,o que escrevemos é estranho para quem lê.
Só quem escreveu sabe o que retrata as palavras que um dia nasceram do fundo de um coração ferido e magoado.
Quero dizer para você que lê, que mesmo quase sem beleza, sem rimas bonitas, é a imagem de vida.É a lembrança de um fato, é o que ficou das lágrimas.
Assim se eterniza a dor e a alegria. Só quem escreveu sabe... Só quem tem coração de entender compreende.
As palavras tem o poder de sensibilizar a alma como as notas de uma canção. É assim que eu canto meus sentimentos.
Desde muito cedo percebi que droga seria minha vida, mas faltou-me forças para romper com o presente visando um futuro melhor.
Desde muito cedo percebi que droga seria minha vida, mas faltou-me forças para romper com o presente visando um futuro melhor.
Beijo seu coração...
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