segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Descoberta













Não. Não tenho a pressa das horas contadas,
desesperadas, ávidas, entrecortadas
de “agora !” , “já !”  viver a intensidade
dos atos bonitos...
benditos... que me levariam às portas do infinito.


Não. .. tenho um tempo enorme à minha frente
e uma trilha em que caminho docemente,
sem medo... sem revolta... sem rancor.
Tenho o tempo eterno dos pardais,
o tempo das rosas, que  formosas
fitam o firmamento .
Tenho o tempo que existe na criança,
o tempo esperança... O tempo momento.
Tempo que pode terminar agora...
que pode durar mais uma hora...



Séculos... que importa ?
Meu tempo é muito grande!
Tão grande que posso descobrir meu semelhante,
amá-lo lentamente... de instante a instante
no desvendá-lo em mim mesma.
Tempo de compreender seus amores,
dentro dos seus próprios rancores...


Tempo de amainar o seu frio,
com meu próprio conforto.
De abraçá-lo sem pejo,
de dar-lhe um beijo
sem rubor.
O tempo é suave... É ameno.
Tempo é sentimento !!!


Tenho todo tempo que preciso
para com calma e juízo,
procurar viver.
Tempo até para fazer meus versos
dispersos...
Minhas poesias soltas
revoltas.
Tempo para humildemente
dar tempo a mim mesma...
e aos outros.
 Como ser perfeitos se nos falta tempo?





Se queremos tudo, já !
Não... Não tenho a pressa das  horas contadas,
da necessidade de me sentir amada
e de espalhar amor.
Não quero  a troca da paz na eternidade.
Quero que em mim amar tenha a suavidade
do desabrochar maravilhoso de uma flor.




                                     Sem data.



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O trem da volta.