terça-feira, 11 de novembro de 2014

Coração vazio



Trago em meu peito um coração vazio,
Onde o inverno impera e a noite faz morada.
Nas cicatrizes das mágoas, grande mal se alastra,
Infectando as  lembranças resguardadas.




Fechado e oprimido, coração doente,
No leito da tristeza, aguardando a morte,
Já nada espera que possa salvá-lo,
E se entrega febril a sua própria sorte.



Na cabeceira de dor, o ódio espreita,
Numa vigília paciente e incansável.
Junto da cama a raiva permanece,
Sufocada numa ânsia incontrolável.



O nojo intenso se mistura com o ar,
Tornando-se com ele, um único elemento.
No prato da discórdia só há decepção
E migalhas de amargura como alimento.


Em violenta convulsão, debate-se no peito,
E sacode a alma com um súbito arrepio.
Sem cura. Triste. Partido e aos pedaços,
Só vai ficar cada vez mais... vazio.









                      23/05/2014

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O trem da volta.