terça-feira, 11 de novembro de 2014

Amor solidão








Aprendi a gostar da solidão,
do silêncio que encobre vozes escondidas,
do nada que disfarça constante movimento.
Já não me surpreende a escuridão,
onde as luzes da razão ficam retidas,
pra que minh’alma ouça a canção do vento.



  
Há tanto som e tanta luz vibrando,
que o ar impregnado já não os contém
e os derrama como dádivas de amor.
É no silêncio se intensificando
que eu me calo para ouvir também,
o abrir vagaroso  da pétala da flor.





A nudez dos elementos me encanta e extasia,
que submeto-a a mim. Nela me enfio,
sorvendo a delícia de estar  assim sozinha.
Com ciúmes de amante que em nada confia,
meio a volúpia sedenta que origina o cio,
me agarro a solidão que agora é só minha.



Amo-a em tudo que me afasta da tristeza,
e inconsciente assumo, sem medo, sem pejo,
que é ela minha eterna companheira.
De tanto vê-la, descobri sua beleza,
de tanto tê-la, desejei seu beijo,
e agora sou dela para a vida inteira.










                    18/05/2014

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O trem da volta.