Aprendi
a gostar da solidão,
do
silêncio que encobre vozes escondidas,
do
nada que disfarça constante movimento.
Já
não me surpreende a escuridão,
onde
as luzes da razão ficam retidas,
pra
que minh’alma ouça a canção do vento.
Há
tanto som e tanta luz vibrando,
que
o ar impregnado já não os contém
e
os derrama como dádivas de amor.
É
no silêncio se intensificando
que
eu me calo para ouvir também,
o
abrir vagaroso da pétala da flor.
A
nudez dos elementos me encanta e extasia,
que
submeto-a a mim. Nela me enfio,
sorvendo
a delícia de estar assim sozinha.
Com
ciúmes de amante que em nada confia,
meio
a volúpia sedenta que origina o cio,
me
agarro a solidão que agora é só minha.
Amo-a
em tudo que me afasta da tristeza,
e
inconsciente assumo, sem medo, sem pejo,
que
é ela minha eterna companheira.
De
tanto vê-la, descobri sua beleza,
de
tanto tê-la, desejei seu beijo,
e
agora sou dela para a vida inteira.
18/05/2014
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