domingo, 27 de julho de 2014

Falar do tempo



Nosso tempo é tão breve
que quase nem percebemos.
Mal nos entendemos gente
pra planejar o futuro,
eis que passou num repente,
como no escuro um lampejo,
feito carinho, tão leve,
como o roçar de um beijo.







               Este nosso tempo breve,                    
                   onde o futuro é presente
                        e o presente já passou,
   anda nas horas brincando,
    de forma tão insistente,
      que quem pensa que está indo,
          pode mesmo estar voltando.






Quando vamos dizer que amamos ?
Quando vamos abraçar?
Admitir que sofremos,
que estamos a chorar,
que ansiosos esperamos,
um tempo que pode não dar.







        É preciso muita pressa,
para expressar o carinho,
porque tempo não se faz.
É ele quem nos domina,
ele que encurta o caminho
pra se praticar a paz.




Olha, é preciso plantar;
 preciso um livro escrever;
planejar o amanhã; 
preciso o hoje viver.
Mas como fazê-lo, 
se está confirmado:
o amanhã já é agora,
o hoje foi se embora
e tornou-se passado.






Escravos das horas, minutos, segundos, 
prisioneiros pacatos de planos profundos,
que muito em breve serão só lembrança.
Olhamos com medo o sol pelo céu,
porque já sabemos que o tempo cruel,
roubará com certeza a nossa esperança. 







Como entender as variações do tempo          
se agora é o futuro do passado.
Como impedir aos sonhos que despontem
se hoje é só o amanhã de ontem.
Se o tempo acelerado, gira ao nosso lado,
qual é o tempo da chegada ?  O tempo do adeus ?
Que tempo resta pro perdão? Valha-me, Deus !!! 




                             03/07/2014






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O trem da volta.